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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Reticências..

Tem horas que chegamos a beira do abismo e a terra chega a cair. O susto me deixa sempre tão atonica. Não sei o que dizer, mas aqui dentro dói, dói tanto. Estou na beira do abismo e falta só um sopro pra me derrumar. A lágrima escorre, mas tento segura-la, pois ainda me resta um fio da esperança desse mundo que construi..


Talvez seja um tanto de palavras sem cabimento, jogada ao vento lá fora para chegar a algum lugar que não seja aqui.
E eu ainda quero voltar a declamar versos bonitos. Por enquanto, nesse momento, só posso dizer isso, dói muito a insegurança de não ter certeza da dúvida!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Retrato

É do sorriso que me invade
Do olhar que me despe,
da ternura desse olhar.

É a vontade da infinidade
Levando a razão,
para o estado de insânia.

É como se o dia não bastasse
quando a presença me escapa.

Chegue mais perto,
deixa eu lhe mostrar o brilho desse olhar?
Descubra teu corpo,
despindo o mundo para mim?

E volto a dizer,
Que o retrato aqui presente
é a realidade do que é amar.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Feridas da carne

Sentimentos são feridas, latejantes ou não, sofrem o doloroso processo de cicatrização quando, por ocasião, findam. É a inconsciência alheia que grita pelos olhos. Deixam marcas que chegam a percorrer intrinsicamente teu corpo. E ficam! Mesmo que essa não seja a tua vontade, eles sempre ficam. E os resquicios são inevitáveis. O desenho que você sempre lembra pregado a um canto qualquer do pensamento.
As pessoas pra mim são assim, as vezes, viro refém ativa de feridas. E algumas delas se tornam eternamente quente, pulsando onde se chega a ver até o movimento da carne ainda viva. É aqui que o sangue escorre, vermelho paixão e não pára. É um sentimento que cativa, que perfura a pele transformando o que não existe em algo tão real que chega a ofuscar os olhos. A lâmina do prazer rente a pele desliza firme. O corte é preciso e, voilá, ai está a marca que nunca mais sairá do seu imaginário. E o que opera não é a dor, mas a satisfação de nunca se esquecer. De ter em si, desenhado a mão com a minusiocidade de um artista, a figura perfeita do objeto da sua salvação. A invocação do desconhecido, a invasão do prazer, a vivacidade do belo. Obra de arte, sim! Não deixaria tatuar-me o corpo se não soubesse que teria estampado na face um sorriso doce.

O gosto peculiar ainda na boca e os pés descalçados pousados ao chão. Fim de tarde, a meia luz vinda do céu e aqui, o brilho regado de afeto nos olhos e um leve sorriso se confundem às cores bonitas ao seu redor.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Simples desejo, atitudes e um pouco mais de sentimento..

Hoje acordei pensando em fugir, buscar o todo que é meu e sair por aí entre ruas e avenidas desfilando, como os desfiles de carnaval onde a alegria transborda. Abri os olhos e senti o perfume que exala do teu corpo sempre que ele está pertinho de mim, te senti em um abraço imaginário e com um sorriso completo. Bom dia! O dia está tão bonito lá fora. Fico a imaginar onde o ponto de partida ficou, pois nada vejo quando olho para trás, só o caminho florido e perfumado que vamos deixando.
O desejo do teu corpo, dos beijos, do toque é, contudo, contastantemente atravessado pelos meus dias. Aquele cheiro bom, de pele macia, inebria o ar que respiro. Será que tenho que parar de respirar para controlar os instintos? E quando, em um susto, sinto tua mão a acalmar meu corpo do dia pesado com um toque? Quando páro no tempo e sinto minha boca beijada pela tua? Controlo o desejo? É mais que isso. É muito mais forte. E eu não quero controlar, permito o sorriso abrir e contagiar todo meu corpo da sensação gostosa que sinto. E tudo isso, porque quando amo, amo na avassaladora promessa de fazer-te feliz. É pelo sorriso que ganho sem precisar de um gesto maior, do olhar que reluz quando cruza os meus tal qual. Sinto falta do teu corpo todos os dias do meu lado, mas, sabe, também é gostosa a sensação da saudade incontrolável assim que fecho a porta e fico a observar a subida rápida que faz até que meus olhos já não te alcancem.
'Gotas de amor, girassol..' Busco sempre te fazer presente quando nem sempre é possivel. Passei um dia inteiro escrevendo declarações de amor, poesias e canções só para ter o prazer de sentir teu coração palpitar ali mesmo de onde eu estava, sem precisar tocar para sentir. Mas naquela noite, senti não te encontrar e busquei no que me fez lembrar, a tua presença. Entre a noite e o iluminar singelo, amarelo feito sol, tive sua presença duas vezes. Dobrada no teu carinho e mais uma vez me rendi a timidez que me invade sem conseguir lhe pronunciar uma palavra. Mal de quem pensa demais, de quem tem a insegurança do lado. Mas ganhei sorrisos e promessas, e o coração que pula de dentro do peito é o meu!
"Porque sentimos o que sentimos?" Os filosofos tentaram responder a decadas atrás e hoje eu entendo a resposta. Sentimos porque é assim que buscamos estar vivos. Pela busca da insensatez.
E no final, fico assim, sigo o caminho bonito e do seu lado..