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quinta-feira, 24 de março de 2011

Mulheres são também meninas..

É incrivel como a passem cronológica do tempo dá saltos, pode-se ir de uma fase a outra da vida em questão de segundos. Nesse momento, sou menina demais. As vezes tropeço no cadarço do tênis que nunca uso e caio, sem chão, sem apoio - a criança chora e está prestes a jogar o sapato causador do tombo pela janela. Do tempo, posso apenas aprender com os tropeços e, boa parte das vezes, a pena é severa. Estou com um machucado em cicatrização.
Mas sabe que tem algo bom atrás da minha criança? Correr pelos campos como se nada mais existisse; sentir os olhinhos brilharem quando ganho pirulito; fazer cara de "gatinho do Sherek", com os olhos de piedade quando faço coisa errada; subir em roda gigante e poder segurar a tua mão com medo, mas mesmo assim balançar as pernas (porque sou grande demais para conseguir fazer isso em bancos de praça). É assim, todo mundo tem seu lado. Esse é o lado que gosto, o outro, o tempo trata-se de acelerar.
Meninas são tão mulheres, e assim se perdem no tempo e no espaço. A menina que quer sempre fazer pose com o pirulito na boca e a mulher que dilacera com os tropeços dela mesma. Um sussuro da ingenuidade. A agonia. O impulso. A lágrima, o susto e o beijo. E no final, a gente sempre aprende, o amadurecimento das relações internas só chega assim. O tempo.

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