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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Pele

É tão bom cheiro de pele. Aquele aroma suave que ao mesmo tempo se traduz tentador pelo olfato, entra no teu corpo e aloja nos pulmões causando torrente no coração. Palpitação. Taquicardia. É o saltar mais gostoso do peito. Ao passo que internaliza, esse perfume inebriante se confunde com o ar e a respiração causa nostalgia de cheiro. Se torna lembrança. A gostosa sensação de busca.
O cheiro se transmuta em gosto. E ai sim, causa a incontrolável vontade de sentir, tocar. O cheiro toma forma, proporção. O toque na pele ardente emaranhada de um sulco próprio. E a superficie quente que entra em contato com a ponta dos dedos. Há um tremor involuntário. Mas dilacera. E a união dos corpos quentes, buscando saciar um desejo. O desejo do cheiro.
Ai, o cheiro da pele, o gosto que ela me trás. A vontade do toque, de percorrer cada pedacinho do cheiro que exala. A audácia do toque.
Corpo que cheira pele, pele que sente o gosto.

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